Urânio em Nisa, NÃO!!!

Este blogue destina-se a combater todas e quaisquer pretensões de exploração da jazida de urânio de Nisa, cuja adjudicação eventual volta a estar na ordem do dia, ameaçando a saúde das populações do concelho, o posicionamento eco-turístico em curso e as actividades económicas locais.


sábado, 12 de abril de 2008

"Segurança" não é um verbo de encher


a
Na próxima segunda-feira, será inaugurada a “requalificação” das minas da Urgeiriça, mas as últimas chuvadas voltaram a provocar escorrências das lamas radioactivas, nas escombreiras que estão a ser seladas.

Desde o encerramento das minas (em 2004), já morreram mais de 100 antigos mineiros e crescem as vozes dos médicos que defendem que toda a população que esteve exposta às radiações deve ser sujeita a exames.

Os pormenores podem ser vistos aqui, no Diário de Notícias, num trabalho do jornalista Amadeu Araújo.

Apenas mais um exemplo de como é e será legítima a contestação e a luta da população e das forças vivas de Nisa, face à possível tentativa de exploração da jazida de urânio do concelho. Porque a história não pode repetir-se!

sábado, 5 de abril de 2008

Oficialmente Contra




Na sua edição online, o jornal Reconquista faz, aqui, eco da posição oficial da Câmara de Nisa e da Assembleia Municipal daquele concelho, contra uma exploração do urânio da jazida local. Nos órgãos competentes de Nisa, foi mesmo aprovada uma tomada de posição nesse sentido (clicar para aceder ao documento .pdf), que vai ao encontro da contestação dos responsáveis do Geopark NaturTejo.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Ecos de Contestação (II)

Mais de 300 pessoas já subscreveram uma petição que o «Movimento Urânio em Nisa, Não» (MUNN) lançou na Internet para protestar contra a eventual exploração de urânio na região, disse hoje um responsável do movimento.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Bagulho, do MUNN, explicou que a eventual exploração de urânio em Nisa, região que possui o maior jazigo inexplorado alguma vez descoberto em Portugal, «está a deixar os cidadãos preocupados».
«Queremos reunir um grande número de assinaturas para enviar à Assembleia da Republica e ao Presidente da Republica para mostrar a nossa indignação e preocupação sobre uma eventual exploração deste minério em Nisa», afirmou.
O responsável do MUNN sustentou que «a petição tem como objectivo promover uma profunda reflexão antes de qualquer decisão que possa hipotecar o futuro promissor deste concelho».
A possibilidade do governo lançar um concurso para a exploração daquele minério em Nisa leva os responsáveis do movimento, que junta várias associações locais, a prometer acções de protesto.
«Se isso acontecer, vamos reagir com várias formas de luta», disse.
O concelho alentejano de Nisa, no distrito de Portalegre, possui no seu jazigo inexplorado de urânio um potencial que ronda os 6,3 milhões de toneladas de minério não sujeito a tratamento, 650 mil quilos de óxido de urânio e 760 mil toneladas de minério seco.
«Em Nisa, tem é que existir uma aposta nos produtos certificados, na qualidade ambiental, no termalismo e nos restantes eixos potenciais de desenvolvimento, não na exploração de urânio», alegou Paulo Bagulho.
De acordo com o responsável do MUNN, o capital que poderá retirar a empresa que, alegadamente, explorar o urânio em Nisa «não representa nada para o Produto Interno Bruto (PIB) do país, mas sim uma enorme desgraça para Nisa».
A associação ambientalista Quercus também se opõe à eventual exploração de urânio em Nisa, alertando para os «grandes impactos» que tal poderá causar em termos ambientais e da saúde da população.
«O urânio tem muito mais consequências do que outros minérios normais, tanto em termos dos impactos para o ambiente, como dos problemas que implica para a saúde», segundo Nuno Sequeira, do núcleo de Portalegre a Quercus.


Diário Digital / Lusa

domingo, 20 de janeiro de 2008

Ecos de Contestação (I)

In jornal Fonte Nova
EXPLORAÇÃO DE URÂNIO EM NISA GERA CONTESTAÇÃO

Foi entregue, no dia 14 de Janeiro, no endereço http://www.parlamento.pt/peticoes/index.html, uma petição dirigida ao Presidente da Assembleia da Republica, a contestar o urânio em Nisa. Esta petição, que pode ser assinada em http://www.petitiononline.com/zplin/petition.html, reúne um grupo de cidadãos que neste assunto não têm carácter partidário e que defendem que "Nisa não fornece urânio, não serve a alternativa energética como desculpa, muito menos a apetência para armamento e nós não fomentamos a guerra".
Na petição direccionada ao Presidente da Assembleia da República, o "Movimento Urânio em Nisa Não" escreve que "vivemos numa permanente angustia de não saber o dia de amanhã. Sabemos da apetência do poder económico pelas nossas terras pelo lado que pensamos ser mais negativo, o urânio. Há uns tempos para cá, num dia dizem que a exploração de urânio vai reabrir, noutro sossegam-nos e dizem que o governo aposta nas limpas... Há abertura de concurso, a população, movimentos sociais, organizações ambientalistas manifestam-se, há debate e esclarecimento. Chegamos à conclusão que não queremos este tipo de "desenvolvimento" para o nosso lugar de tantas gerações. Queremos que os nossos filhos continuem perto de nós; já chegam os poucos que restam, não nos podem continuar a eliminar! Não podemos viver nesta insegurança do boato. Somos um grupo de cidadãos preocupados com a saúde e desenvolvimento sustentável deste concelho, queremos que este tome o caminho certo, o qual pensamos estar de certa forma identificado e não passa pela exploração do urânio a céu aberto a menos de 2 km da sede do concelho. O desenvolvimento sustentado que defendemos passa por outro tipo de recursos; o tão famoso queijo de Nisa, o património natural e ambiental livre de focos de poluição. O projecto termal, o turismo de saúde e o Geoparque no qual somos parte integrante. Durante anos e anos à semelhança de outras zonas do interior nunca beneficiamos de desenvolvimento algum, quase sempre exclusivo da zona litoral e dos grandes centros urbanos. Pensamos que neste momento estão criadas as condições base para um desenvolvimento económico-social e cultural que todos ambicionamos para a região. Pretendemos assim de facto com esta petição que haja uma profunda reflexão antes de qualquer decisão que possa hipotecar o futuro promissor deste concelho".

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Juntos Por Uma Causa

No dia em que a blogosfera mundial se junta, à escala planetária, na defesa do ambiente, o "Urânio em Nisa, NÃO!!!" diz: presente!
Para mais informações, clicar na imagem abaixo.

Bloggers Unite - Blog Action Day

domingo, 14 de outubro de 2007

Para Quem Não Quer Ver



A todos aqueles que ainda pensam que a História não poderá repetir-se em Nisa, recomendamos a consulta, aqui, da história da família da Urgeiriça que foi aconselhada a não ficar mais de 2 horas dentro da sua própria casa, devido a índices de radioactividade 12 vezes (!!!!!!) superiores ao normal. Um caso denunciado pela SIC.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

No Diário de Notícias de Hoje




Quando ainda é assim o dia-a-dia da Urgeiriça, que não nos venham tentar dizer que tudo vai ser diferente em Nisa!!!

MINEIROS DA URGEIRIÇA EXIGEM DIREITOS NA RUA
Os antigos trabalhadores das minas de urânio da Urgeiriça, no concelho de Nelas, prometem marchar a pé até Viseu e manifestar-se junto à sede do PS, se até ao fim do mês não forem atendidas as suas reivindicações para melhoria das pensões de reforma e indemnizações para familiares de mineiros vítimas de cancro.
A decisão saiu de um plenário de trabalhadores realizado ontem nas instalações da antiga mina e onde ficou decidido endurecer a luta destes mineiros que já dura há 16 anos, desde que a mina fechou.
Foi em 1991 que a antiga Empresa Nacional de Urânio (ENU) encerrou a mina da Urgeiriça, que durante anos deu emprego às gentes de Canas de Senhorim. Poucos meses depois, os antigos mineiros começavam a sentir a presença de diversas doenças profissionais, com especial incidência nas do foro oncológico.Cancro passou então a ser uma palavra infernal diariamente presente na vida de trabalhadores e familiares.
António Minhoto, porta-voz dos antigos trabalhadores da ENU, refere que "só nos últimos cinco anos morreram 80 pessoas que trabalharam nas minas".A doença tem sido o principal foco de união dos trabalhadores, que lutam para serem "equiparados a mineiros para efeitos de reforma" e exigem as indemnizações "devidas a todos os familiares dos empregados falecidos com cancro", diz o porta-voz.
Marcas duras de uma profissão que atinge antigos trabalhadores do Estado e só querem ver cumpridas as promessas que lhes foram feitas. Os antigos trabalhadores já conseguiram que o Governo aprovasse a realização de exames médicos, mas, segundo António Minhoto, "ainda ninguém foi examinado e o processo só ficará concluído no final do ano".
Exigem que os cerca de 400 antigos trabalhadores ainda vivos sejam recompensados pelo Estado, a quem "deram os melhores anos das suas vidas", refere o mesmo porta-voz.O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge já estudou os efeitos na saúde causados pelo trabalho nas minas de urânio e demonstra a "concentração de polónio e chumbo no cabelo das pessoas", apresentando uma relação de "causa-efeito" para as mortes dos ex-trabalhadores.Em Portugal, a exploração de urânio começou em 1939, no concelho do Sabugal.
Durante as décadas de 1950 e 60, devido à guerra-fria, a exploração de urânio subiu significativamente. Foram os anos de ouro de Canas de Senhorim, que duraram até 1991, quando a exploração cessou.O minério recolhido em todo o País era essencialmente tratado na Urgeiriça. Ali encontram-se ainda guardadas 195 toneladas de urânio, que o Estado, através da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), sucessora da ENU, pretende vender.
No plenário de ontem, os trabalhadores fizeram ouvir a sua voz e querem que o dinheiro dessa venda "seja canalizado para salvaguardar os gastos com a saúde dos antigos trabalhadores e com as reformas das viúvas".A proposta não teve seguimento, mas os ex-trabalhadores "não vão permitir a saída daqui sem essa salvaguarda". Já em 2004, antigos mineiros e moradores de Canas de Senhorim impediram a saída de 30 toneladas de urânio das minas.Muito raro é encontrar uma casa na Urgeiriça onde não tenha batido nenhuma tragédia.
Ilda Fernandes é viúva de um ex-trabalhador e hoje vive na casa que comprou à ENU. "Paguei-a em 17 prestações que me fizeram passar muita fome. Agora, apenas reclamamos justiça", desabafou ao DN.António Minhoto afirma que "os ex-mineiros e as mulheres que enviuvaram estão numa situação desgraçada. É altura dos responsáveis deste País olharem para nós".

Para ver também aqui e aqui.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Falar Claro

Sejamos muito claros e frontais: alguém acredita que os portugueses e estrangeiros, sejam eles figuras públicas ou cidadãos comuns, continuarão a escolher Nisa para férias ou escapadinhas românticas de fim-de-semana, com uma exploração de urânio em actividade, a céu aberto, a 2km de distância?


Urânio: Nisa não quer. Nisa não precisa!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A Indústria Que o País Precisa



Continuando o esforço de agregação de informação referente aos malefícios que derivarão da exploração da jazida de urânio de Nisa, fomos encontrar um link para uma "breve análise da indústria extractiva portuguesa", uma intervenção de Carlos Calado na sessão «A indústria que o país precisa e o PCP propõe», realizada a 19 Junho de 2007. Para ler, na íntegra, aqui.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Informação Alternativa



Enquanto continua a verificar-se um ensurdecedor silêncio daquilo a que se convencionou chamar "direita" (corrijam-me p.f., se estiver errado, seria interessante dar espaço a opiniões convergentes de várias "cores") em relação à polémica da exploração de urânio em Nisa, a dita "esquerda" multiplica testemunhos e informação. Um desses casos passa pelo avisado artigo de Rita Calvário, publicado aqui.