Excerto de artigo de José Furtado, publicado em 12-07-2007 às 18:01:50
«A Câmara Municipal de Nisa está contra a possibilidade de exploração das minas de urânio daquele concelho. Nisa tem o maior filão de urânio por explorar do país e a subida do preço daquele minério está a provocar a cobiça de empresas internacionais, que estão dispostas a investir na sua extracção. Em causa poderá estar um investimento de vários milhões de euros e a criação de algumas dezenas de postos de trabalho num concelho desertificado. Mas o que parecia uma boa noticia cedo se transformou em receio, tendo em conta o facto de o urânio ser radioactivo e por isso um potencial perigo para o meio ambiente.
Gabriela Tsukamoto teme que a entrada em funcionamento da mina, o que para já é apenas uma mera hipótese, ponha em causa a qualidade de vida dos moradores daquele concelho, que faz fronteira com o distrito de Castelo Branco. A presidente da Câmara Municipal de Nisa diz-se fortemente empenhada na promoção do turismo, como prova a adesão à Naturtejo. E entende que a aprovação da mina é o suficiente para pôr em causa a classificação do primeiro Geoparque em Portugal, atribuída recentemente pela Unesco, a organização das Nações Unidas para a Cultura e a Educação. Uma opinião que é partilhada pela Naturtejo, a associação de promoção turística constituída por seis municípios da região, entre os quais Nisa.
Armindo Jacinto, o responsável pela Naturtejo, admite ao Reconquista que a aposta no urânio é contrária aos interesses de quem promove a divulgação turística da zona.
“A nível de política da Unesco esta exploração não é vista com bons olhos” avisa Armindo Jacinto. O assunto está por isso a ser acompanhado “com algumas reservas”, diz aquele responsável.»
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